País asiático é prioridade em programa de Apex e Abic
Valor Econômico - 15/06/2012 |
Christian Santiago e Silva, da Abic: "É levar a experiência brasileira para o chinês" O Café Bom Dia é um dos participantes do Programa Setorial Integrado (PSI), promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Diante do grande potencial do mercado chinês para o consumo de café, a China passou a ser um dos focos de atuação do programa, que faz a promoção dos cafés torrados mundo afora. As exportações brasileiras desses produtos para todos os destinos ainda são consideradas pequenas. No ano passado, totalizaram cerca de US$ 26 milhões e este ano devem somar perto de US$ 30 milhões. As 24 empresas que participam do projeto representam 65% do total de café torrado e moído exportado pelo Brasil, mas apenas 13 são exportadoras regulares. O programa passa por avaliações constantes, com modificações nos mercados-alvo. Alberto Bicca, gestor de projetos da Apex, explica que foram disponibilizados R$ 5 milhões para o biênio 2011/12, além dos R$ 3,5 milhões da Abic e das empresas para o período. O coordenador do programa pela Abic, Christian Santiago e Silva, costuma participar de diversos eventos e realiza a triagem dos futuros compradores. As companhias normalmente precisam gastar cerca de 35% de seu faturamento para lançamento e posterior penetração do produto no mercado. Somente a participação em uma feira internacional custa em torno de US$ 15 mil a US$ 20 mil. Além de distribuir suas marcas lá fora, as empresas necessitam também de ações locais, como anúncios em rádio e TV, presença na Internet, além do patrocínio de eventos e envolvimento com a comunidade. "Não é só colocar o produto no contêiner", afirma Santiago e Silva. Ele diz que o Brasil é mais competitivo com mercadorias de maior valor agregado. "Hoje o mercado interno é o grande competidor da indústria exportadora. Muitas vezes o mercado interno remunera melhor", observa. Na China, o foco são os cerca de 300 milhões de habitantes da classe média. O consumo per capita estimado no país é de apenas 0,4 quilo por habitante ao ano. Santiago e Silva afirma que o mercado chinês agora já sabe distinguir um pouco a qualidade do café. Ele relata que existem até concursos locais de baristas. Mas ainda é preciso chegar a uma fórmula do blend ideal para o chinês. O paladar local não aceita acidez e exige um produto mais suave. A estratégia, como em outros casos, é associar o café à cultura brasileira. "É levar a experiência brasileira para o chinês, principalmente através da colocação de conteúdos na internet de elementos associados à cultura, como a caipirinha e o Carnaval". Com importação controlada pelo governo chinês, a grande barreira ainda é, na avaliação do coordenador do PSI, o preço mais alto do café brasileiro em relação aos concorrentes. Hoje é por volta de US$ 12,70 o quilo o preço pago pelo primeiro importador. O ideal, segundo Santiago e Silva, era um preço abaixo ou próximo de US$ 10. Além disso, o café paga 13% de imposto para entrar na China. Em 2002, as exportações brasileiras de café torrado para os chineses foram de 656 quilos. Em 2007, o número saltou para 4.044 e para 32,8 mil quilos em 2010. Em 2011, os embarques declinaram para 12,9 mil quilos. |
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